Dia do orgasmo: saiba como melhorar a sua vida sexual

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No dia 31 de julho é celebrado o Dia do Orgasmo. A criação da data aconteceu no Reino Unido, onde diversas sex shops se reuniram com o objetivo de aquecer as vendas dos produtos. O Brasil aderiu à celebração e com a informação de que um terço das mulheres brasileiras nunca tiveram um orgasmo, se levanta um alerta sobre o tema. Os dados são resultado do estudo organizado pelo Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Para falar mais sobre a importância de uma vida sexual com qualidade, a professora da Unifacs, fisioterapeuta e especialista na saúde da mulher e do homem, Aíla Aguiar, elencou algumas informações que todos deveriam saber.

Homem X Mulher

Para se chegar ao orgasmo, existe um ciclo de resposta sexual, que no homem, é ativado principalmente através do desejo e excitação, que leva à ereção e, consequentemente, ao orgasmo. Na mulher, esse sistema é diferente, pois o fator emocional tem um peso muito grande. “O que observamos é que as mulheres enfrentam a famosa dupla jornada, advinda principalmente de fatores sociais como o machismo, e muitas vezes elas não conseguem se desvincular dessas questões, o que acaba diminuindo o desejo. Por isso, os estímulos e as preliminares são essenciais para a mulher”, relata Aíla.

No corpo

No momento da relação sexual, acontece a ativação do sistema simpático. Ele é responsável pelo aumento da frequência cardíaca e respiratória, o que contribui para aumentar a circulação sanguínea na região genital. Na mulher, acontece ainda a ativação do sistema parassimpático, que ajuda no relaxamento do canal vaginal e no aumento da lubrificação, o que possibilita que aconteça a penetração sem dor ou algum tipo de limitação.

Para a mulher

A especialista é clara em relação ao resultado do estudo feito pela USP, ao apontar que as mulheres têm mais dificuldade de chegar ao orgasmo porque não se conhecem. “Muitas vezes elas não sabem onde está o canal vaginal, a uretra, o clitóris, pensam que é tudo a mesma coisa. E também não tem o hábito de se tocar, se masturbar. Então, se ela nem se conhece, como esperar que o parceiro ou a parceira a conheça?”, destaca Aíla. A dica que ela dá é “pegue um espelho e se olhe, se toque”.

Aíla explica que muitas vezes essa falta de hábito entre as mulheres é um fator cultural. “Na fase do desenvolvimento motor na infância, temos algumas formas de conhecer o mundo. Quando o menino se toca, é comum ouvir os pais dizendo ‘meu filho vai ser um garanhão’. Mas já quando é a menina, o que se ouve é ‘tira a mão daí, é feio, é sujo’. Existe uma questão cultural e um machismo muito forte relacionado a isso. E a mulher cresce achando que não pode se tocar. O bloqueio começa aí e, na vida adulta, essa mulher poderá ter mais dificuldade para chegar ao orgasmo”.

Dicas

Existem algumas iniciativas que podem ser feitas pensando na melhora da qualidade da vida sexual. No caso das mulheres que enfrentam algum problema nessa área, a raiz da questão pode ser psicológica, por isso ter um acompanhamento terapêutico é essencial. “Recomendamos também a fisioterapia pélvica, que busca fortalecer os músculos do assoalho pélvico na mulher, essencial para a sensibilidade na região vaginal”, informa a especialista.

Ir ao sex shop ainda é outra atividade cercada de preconceitos. Aíla destaca que os vibradores, hoje disponíveis em vários modelos, podem ser bem úteis, já que a vibração no canal vaginal aumenta a circulação sanguínea no local e consequentemente, o estímulo prazeroso fica mais intenso.

Libido

“Costumamos achar que a libido é o desejo pelo sexo ou por outra pessoa, mas na verdade, a libido é o desejo pela vida”, explica a professora. Ela relata que por isso é tão importante se engajar em atividades que melhorem a autoestima. “Uma vida sexual de qualidade contribui na liberação de substâncias ligadas ao prazer, o que acaba refletindo em todos os demais aspectos da vida”, conclui.

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