Durante a sessão desta quinta – feira, 01, na Câmara Municipal de Riachão do Jacuípe, foi lido um projeto polêmico enviado pelo executivo que prevê a cessão de uso do Hospital Municipal da cidade, atualmente gerido pela Fundação de Saúde (FUSAS), com aporte financeiro superior a 200 mil mensal pela gestão municipal. O projeto diz sobre o período de concessão de 20 anos e que a gestão na sua integralidade ficará à cargo da empresa vencedora do processo licitatório.
O prefeito de Conceição do Coité Francisco de Assis (PT), foi chamado para apresentar aos jacuipenses de que forma a cessão de uso dos Hospitais tem funcionado na prática da cidade, segundo o prefeito, o Hospital Português é responsável pela gestão integral da unidade e que tem dado certo sendo referência de saúde na região principalmente na humanização de partos.
Zé Filho(PSD) prefeito de Riachão, usou a tribuna da Câmara explicando o projeto e pedindo o apoio dos vereadores, que segundo o prefeito essa é a única saída para que o atendimento seja assegurado com excelência para a população. “Temos visto várias cidades que o modelo de cessão de uso tem dado certo, a empresa vencedora vai atender 100% SUS – Sistema Único de Saúde”, declara o prefeito.
Quando indagado sobre a relocação dos funcionários que servem ao Hospital, o prefeito ressalta que todos são funcionários do município e que ficarão à disposição da gestão para trabalhar em outras áreas. A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Maria Rios declara que os funcionários terão perdas e que muitos estão abalados psicologicamente com essa possibilidade de mudanças. Maria declara ainda que é preciso se discutir bem mais o projeto. “Eu sou contra totalmente esse modelo que está sendo apresentado no momento pelo prefeito, e é preciso uma exaustão de diálogo para que possamos avaliar melhor essa ideia de cessão de uso, que para mim é precarização do serviço”, afirma Maria.
O vereador Lucas Wilian líder da oposição, fez um discurso forte e demonstrou preocupação com a proposta do executivo já que para ele o projeto pede urgência. “Todo projeto que vem para casa é com urgência urgentíssima, e porque não se discute antes? Já que diversas vezes fui a FUSAS perguntar sobre o processo de cessão de uso e me falavam que ainda não sabiam de nada”, declara o vereador. O vereador ainda ressalta que o prefeito está querendo fazer uma “quarteirização” dos serviços, já que segundo ele a FUSAS é uma unidade independente gestora do Hospital.
Já o vereador Franklin Santana, líder do prefeito na Câmara, diz que nada como o diálogo entre os colegas pensando na população. “Devemos pensar muito mais no atendimento médico a população, e o que tiver de mudar no texto, vamos mudar, nenhum projeto é bom suficiente que não possa ser reajustado”, diz o vereador.
Funcionários do Hospital Municipal lotaram a galeria da Câmara e ecoaram gritos demonstrando insatisfação com o projeto. Funcionário do Hospital a 13 anos, Marcos Cicero demonstra preocupação principalmente com perdas no salário. “Tem pessoas que vão perder até 400 reais caso esse projeto passe, será que o prefeito vai alocar todos os servidores na saúde? E a insalubridade que nós recebemos? são alguns questionamentos dos funcionário”, acrescenta Marcos.
O projeto agora segue para avaliação das comissões para depois entrar na pauta de votação.