A Procuradoria-Geral da República já não descarta a prisão do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e examina informações preliminares que poderiam resultar numa detenção. A decisão será tomada com base nas provas e documentos que o Ministério Público da Espanha enviará ao Brasil. Na semana que vem, uma reunião de procuradores espanhóis e brasileiros poderá determinar os detalhes da cooperação e, se as informações preliminares forem confirmadas, a tendência é de que ele possa ser detido preventivamente.
O ex-cartola brasileiro foi acusado na Espanha de ser o “principal estafador” articulador de um esquema de desvio de dinheiro de jogos da seleção brasileira. Outras quatro pessoas implicadas no mesmo esquema estão em prisão em Madri, sem direito à fiança. Um deles é Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. Num primeiro momento, porém, uma ordem internacional de prisão vai chegar ao Brasil. Mas, por enquanto, o alerta da Interpol não foi dado. Fontes próximas ao caso explicam que a demora tem ocorrido do lado espanhol. Uma vez que a ordem de prisão seja dada, o Ministério Público Federal vai solicitar que o processo envolvendo Teixeira seja transferido da Espanha ao Brasil, para que ele possa ser julgado no país.
Mas, dependendo do grau de detalhes e conteúdo da informação prestada, uma prisão preventiva no Brasil pode ser decretada, com vistas a evitar que o dirigente possa agir para destruir provas. Numa apuração inicial, procuradores estimam que ele poderia responder por estelionato contra a CBF e apropriação indébita seguida de lavagem de dinheiro. Isso tudo sem contar ainda com crimes contra a ordem fiscal e evasão de divisas. Outra medida tomada pelo Brasil foi a de demonstrar “boa vontade” com outros pedidos que existia da Espanha para a investigação de outros casos envolvendo interesses de Madri no país. Assim, ao cumprir diligências solicitadas pelos espanhóis em outros casos, o Brasil espera mandar um sinal de que quer acelerar a ajuda no caso envolvendo a CBF.