Em 2017, cada deputado estadual faltou pelo menos um dia de sessão ordinária, onde a presença é obrigatória na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Apesar da grave crise política e econômica que abate o país há pelo menos dois anos, os parlamentares acumularam 677 ausências em 118 sessões, entre fevereiro e dezembro.
Apenas um dia do ano o plenário acomodou todos os 63 parlamentares: na 72ª sessão, que ocorreu em 30 de agosto. O Aratu Online, fez o levantamento da atuação dos deputados com base nas informações disponíveis no site da Alba.
Aos 72 anos, o campeão de ausências, Paulo Câmera (PDT), faltou a 50 sessões, 16 delas justificadas, já que o pedetista tem enfrentado sérios problemas de saúde, o que tem comprometido sua participação nas atividades.
Logo após Câmera, está Ângela Sousa (PSD), acumulando 30 faltas durante o ano. A correligionária tem apenas três ausências a mais que Adolfo Menezes (PTB), que aparece em terceiro lugar entre os mais faltosos, com total de 27.
Os parlamentares que estão em lados opostos na grade da Casa aparecem completando o ‘top five’ de faltosos. Fátima Nunes (PT) soma 25 faltas e Leur Lomanto Júnior (PMDB) não esteve presente em 19 sessões.
Uma das primeiras medidas tomada logo no início do ano pelo então novo presidente da Alba, Ângelo Coronel (PSB), foi de aprovar o corte de 4% do salário dos parlamentares que faltarem a sessões em comissões e no plenário da Casa. A medida pode chegar ao valor de R$ 1 mil por cada falta não justificada, já que o salário dos deputados já chega a R$ 21 mil. Apenas em caso de doença e mediante atestado médico o parlamentar pode ser liberado da multa.
A soma de faltas durante o ano ainda pode mudar, já que os parlamentares podem apresentar explicações retroativamente e retomar os valores eventualmente descontados de seus salários, escapando, inclusive, da ameaça de perda de mandato. Isso porque, pela Constituição, o político pode ser cassado se deixar de comparecer, sem justificativa, a mais de um terço das sessões reservadas a votação.
Na próxima quarta-feira (20/12), a Casa do legislativo baiano vai apresentar o balanço do que aconteceu durante o primeiro mandado do novo presidente, que assumiu a cadeira após dez anos de mandato de Marcelo Nilo (PSL).