As ‘fake news’ são um perigoso instrumento de uso político e de destruição de reputações. Em ano eleitoral, o Brasil já se depara com a indústria da desinformação em pleno vapor. Por isso, é importante ter consciência de seus efeitos nefastos e ficar de olho para não ajudar a promover informações enganosas.
Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa, a primeira especializada em checagem de fatos no país, dá algumas dicas simples para identificar as ‘fake news’ e evitar disseminá-las ainda mais. Segundo a especialista, “chega a ser divertido quando você transforma essas dicas numa rotina diária para ver a quantidade de besteiras que recebe todos os dias”. Confira a lista de sugestões:
1) Não acredite no título
“O título costuma ser ‘esquentado’, o que é um jargão do jornalismo para dizer que algo foi maximizado, para atrair a atenção. Um título tem determinado número de caracteres e nesses caracteres ele precisa fisgar sua atenção e seu clique. É preciso ler o que está escrito (na matéria) para ver se condiz com o que está no título ou na manchete”, explica Cristina.
2) Verifique a data da publicação da informação
“Cada vez é mais fácil recuperar uma informação velha, repaginar e redistribuir esse dado como se fosse de hoje”.
3) Atente-se para o autor e/ou a fonte da informação
“De quem você está recebendo aquele dado? É de alguém que você confia? É de alguém que você vem consumindo informação desde sempre? Ou vem de um site que você nunca ouviu falar ou de uma página que você desconhece ou de um autor que não tem nenhuma referência? Vale botar o pé atrás e pensar se existe algum interesse daquele autor em ter aquela informação divulgada”.
4) Descarte informações de sites que imitam o endereço eletrônico de veículos da grande mídia
“Normalmente as notícias falsas tentam se passar por verdadeiras e ao fazer isso elas usam url’s (endereço do site) muito semelhantes às de empresas de mídia mundialmente conhecidas”.
5) Treine o ouvido para frases clichês com dados exagerados
“Os políticos, por exemplo, gostam muito de dizer que alguma coisa é a maior ou a menor do mundo. Dificilmente ele checou o mundo todo antes de pronunciar essa frase. É um trabalho muito difícil checar o mundo todo. Eles também gostam muito de usar as porcentagens, ignorando os números absolutos”.
6) Desconfie de relações causais simples e da fonte dos dados numéricos
“A causa B. Nada na nossa vida é assim. Então, não seria em nenhum outro momento. Temos que extrapolar nosso conhecimento pessoal, de cidadão, para o consumo de notícias. Pensando em dados numéricos que a pessoa receba na internet, qual é a fonte desse número? Essa fonte é crível ou é de um instituto que você nunca ouviu falar ou de uma base de dados que você desconhece ou não tem? Se não tiver, é para descartar na hora”, sugere.
Agência Brasil