Um adolescente, de apenas 16 anos de idade, ganhou uma bolsa de estudos em uma academia de luta olímpia nos Estados Unidos. O estudante Pedro Arapiraca é natural da cidade de Riachão do Jacuípe. O jovem, que sonha em se tornar um atleta profissional na modalidade, está de malas prontas e viaja no próximo dia 14 de agosto. Amigos e familiares buscam apoio para custear os estudos de Pedro.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Antônio Reinaldo Carneiro, pai do atleta, falou sobre a trajetória do filho. “Pedro começou a treinar luta olímpica no início de 2023 com a vinda do mestre Rony, um professor venezuelano, para o time Velame Fight House em Feira de Santana, mas o mestre foi embora com apenas três meses por conta da baixa adesão. Depois, Pedro seguiu trabalhando com o Lucas, um parceiro, e continuou recebendo os treinos do mestre Rony lá da Venezuela, pelo WhatsApp”.
Falta de tradição
Apesar de ser disputada nos jogos olímpicos, a modalidade é pouco conhecida no Brasil. “A verdade é que a luta olímpica no Brasil não é forte, mas é muito promissora. Somos lutadores por natureza, o trabalho vem sendo muito bem feito. A Rússia, países do leste europeu e Estados Unidos são países fortes na luta olímpica”, declarou Reinaldo.
Pedro tem que lidar com duas dificuldades: a falta de um clube, o que poderia proporcionar para ele um ambiente adequado para os treinos, e a falta de um professor, que poderia realizar treinos nos mesmos níveis dos competidores mundiais. Reinaldo contou que o mestre Rony voltou a ensinar a modalidade em Feira de Santana, mas que para alcançar o níveis olímpicos, Pedro precisa treinar em uma academia profissional.
“O principal objetivo de Pedro atualmente é ser profissional. Ele quer ser atleta olímpico, quer subir no pódio olímpico. Ele me disse, pai, eu preciso ter um clube, eu preciso treinar efetivamente com muitos colegas, com o mestre diariamente. Um, dois treinos por dia. E aí ele começou a me pedir para ir para São Paulo, para um time de luta olímpica de lá ou para os Estados Unidos”, afirmou.
Um sonho americano
Carneiro contou que no início achou que enviar o filho para outro país era uma coisa difícil até de imaginar. Fatores como distância, idioma e recursos financeiros significam obstáculos para a viagem do jovem atleta. Porém, a vontade de se tornar profissional falou mais alto. Pedro escolheu os Estados Unidos por conta da tradição que o país tem na luta olímpica. O pai do atleta detalhou como foi o processo de admissão.
“Entrei em contato com algumas escolas, submeti uma carta de apresentação e alguns vídeos. Técnicos e diretores de admissão internacionais conversaram com ele. Algumas escolas apresentavam bolsas significativas, outras diziam que já tinham encerrado o período de inscrições. Ele foi aprovado em várias, mas uma se destacou. O diretor de admissão internacional é técnico do time da escola, ele disse que ia fazer acontecer”, declarou.
Convite aceito, passagem comprada e com o inglês na ponta da língua, o menino, que sonha em ser um grande lutador olímpico, tem agora pela frente um adversário inusitado, o calendário. Nos dias 1º e 15 de agosto, a família de Pedro deve fazer o pagamento da escola. Serão duas parcelas com 50% do valor da inscrição cada. Antônio confessou que no momento, busca apoio financeiro para pagar os estudos do filho e que, apesar das dificuldades, fará de tudo para ver Pedro treinando nos Estados Unidos.
“Eu disse a ele, Pedro, você vai de qualquer forma, se a gente arranjar apoio, vai ser lindo, vai ser perfeito, se a gente não arranjar, eu vou fazer um empréstimo consignado, a gente se compromete por 5 anos, mas você vai viver essa experiência nos Estados Unidos”, finalizou o pai do atleta.
Acorda Cidade
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