Uma mulher beijou o marido enquanto estava sendo julgado por um crime no forúm do Rio Grande do Sul, na terça-feira (28). Isso seria comum, se o homem não estivesse respondendo por ter tentado matá-la com cinco tiros em agosto do ano passado. Lisandro Rafael Posselt, de 28 anos, foi condenado a sete anos de prisão pelo Tribunal do Júri da cidade de Venâncio Alves. De acordo com o Portal Gazeta do Sul, ela prestou depoimento dizendo que provocou o homem e pediu para beijar Lisandro, o que foi autorizado.
“A gente namorou por cerca de um ano e meio. Brigamos por causa de conversas que eu peguei no telefone celular dele. Daí discutimos, eu provoquei muito ele naquele dia e por isso ele disparou. Eu ameacei que iria denunciá-lo à polícia por estupro […] Nós vamos conversar e se der tudo certo a gente vai voltar e tudo vai ser como antes. Eu amo ele e já o perdoei”, disse a vítima em entrevista ao jornal.
O suspeito estava preso desde o dia seguinte ao crime, mas agora deve permanecer em liberdade, pois não possui antecedentes e teve pena menor do que oito anos. O promotor do caso, Pedro Rui da Fontoura Porto, afirmou em entrevista que a vítima disse várias vezes durante o processo que era dela a culpa pelo descontrole do homem. Também disse que os dois brigaram depois que ela ameaçou denunciá-lo falsamente por estupro, o que o promotor não acredita.
“Entendemos que a versão não é verdadeira. Mesmo que fosse, não seria privilegiadora, pois o crime não foi na mesma hora. Ele saiu do local e retornou depois com a arma”, diz ele. Micheli e Lisandro brigaram em uma praça do ano passado, diante de amigos. O homem saiu do local, mas voltou armado. Os amigos tentaram proteger Micheli, escondendo ela em um carro, mas Lisandro atirou pelo vidro traseiro do veículo sete vezes, sendo que cinco atingiram a mulher.
Lisandro se apresentou à delegacia no dia seguinte, com a arma do crime, e desde então ficou preso preventivamente. Micheli inicialmente chegou a pedir medida protetiva contra o réu. Depois, mudou de ideia e pediu para que a Justiça a autorizasse a visitar o namorado na prisão, o que não aconteceu.
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