O médico Rodolfo Cordeiro Lucas suspeito de jogar a companheira dele, que também é medica, do 5º andar de um prédio em Salvador, disse, em depoimento à Polícia Civil, que Sáttia Lorena Patrocínio, de 27 anos, tinha ideias suicidas, “tomava remédio controlado e se automedicava”. A família da médica nega a versão do suspeito. A TV Bahia e o G1 tiveram acesso exclusivo ao depoimento dele.
O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (20), no bairro de Jardim Armação. Rodolfo Cordeiro Lucas foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio e, nesta terça-feira, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A médica está internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em estado grave.
O médico depôs na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), do bairro do Engenho Velho de Brotas, horas após a queda da médica, e disse à delegada Maraci Menezes Lima, que, depois de uma discussão, a vítima foi para o quarto do apartamento, no quinto andar do prédio, e ficou “pendurada do lado de fora da janela, segurando com as mãos na borda da janela”. O médico também disse que que tentou resgatá-la, mas que, “infelizmente não conseguiu segurar”.
Consta no depoimento que, ao ser perguntado se jogou a companheira para fora da janela ou da varanda, Rodolfo disse que “nunca faria isso”, que conhecia Sáttia Lorena há um ano e morava junto com ela há seis meses. Ainda no depoimento, o médico afirmou que a companheira tinha “ideações suicidas”, fazia terapia e tomava medicações prescritas por ela mesma. “Ela se medicava, se dopava”, disse durante o depoimento.
O médico contou à polícia que, apesar dos “surtos de ciúmes” apresentados pela médica, o casal não tinha discussões pontuais e que ela “simplesmente surtava”. Ele ainda disse que, durante os “surtos” segundo Rodolfo, Sáttia Lorena sempre o agredia fisicamente com mordidas, socos, tapas e ameaçava se jogar da janela e da varanda.
Rodolfo também foi perguntado sobre nunca ter falado com a família de Sáttia Lorena sobre a depressão e ele contou que foi um pedido feito pela companheira.
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