O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou ao A TARDE que um novo lote de vacinas contra a Covid-19 chegará ao estado na manhã desta sexta-feira, 16. Em informe técnico, o Ministério da Saúde informa que serão enviadas à Bahia 396 mil doses de imunizantes, das quais 239 mil doses de AstraZeneca/Oxford, produzidas pela Fiocruz, e 157 mil da Coronavac, fabricadas pelo Instituto Butantan. Para Salvador, serão destinadas 45.480 doses, segundo o secretário municipal de Saúde, Leo Prates.
O quantitativo enviado à Bahia faz parte de um lote de 6,3 milhões de doses que serão distribuídas entre os estados – 3,8 milhões da AstraZeneca/Oxford e 2,5 milhões da Coronavac. A expectativa anterior de Vilas-Boas era de que a Bahia recebesse 500 mil doses no novo lote. Além disso, o Estado contava com a chegada da nova remessa ainda ontem.
A aplicação da primeira dose está suspensa em Salvador desde a última segunda-feira (12), por insuficiência de vacinas. Com a chegada da nova remessa, a imunização para novos grupos será retomada, em cronograma a ser divulgado pela gestão municipal.
Além de Salvador, outras cinco capitais estavam com a vacinação suspensa ontem por falta de imunizantes: Florianópolis, Goiânia, Maceió, Rio Branco e João Pessoa. A capital paraibana também estava com a aplicação da segunda dose paralisada.
A demora no envio de um novo lote fez o prefeito Bruno Reis lamentar o “tempo perdido” no enfrentamento à Covid-19 na cidade. O gestor apontou que a capital baiana, líder em vacinação, poderia estar ainda mais adiantada. Segundo a administração municipal 15% da população soteropolitanana já recebeu pelo menos uma dose da vacina.
“Chegando [as vacinas], de imediato vamos retomar o processo de vacinação em nossa cidade. Estamos há três dias sem vacina e para quem pode vacinar 18 mil a 20 mil pessoas em um dia, como já fizemos, imagine o quanto de tempo nós perdemos. Essa falta de regularização no recebimento só faz dificultar”, declarou.
Vilas-Boas, por sua vez, criticou o ritmo do processo, ao dizer que a vacinação tem ocorrido “gota a gota”. “Esperamos que o Ministério da Saúde possa ao longo dos próximos dias regularizar e aumentar a quantidade de vacinas enviadas. Tem sido muito constrangedor para nós ter que interromper a vacinação frquentemente por absoluta falta do envio de vacinas pelo Ministério da Saúde”, disse o secretário.
O ex-prefeito de Salvador ACM Neto também criticou o ritmo lento do governo federal no envio de vacinas. “Essa falta de planejamento do governo federal, que ocorre desde o início da pandemia, é um absurdo. Enquanto aqui o presidente se preocupa mais em manter uma postura negacionista, países como os Estados Unidos, Israel e Reino Unido avançam na vacinação, e Salvador é uma das cidades prejudicadas”, disse Neto. Para o ex-prefeito, “o governo federal erra mais do que acerta” na condução da crise sanitária.
O Ministério da Saúde informou que, com a nova remessa, ultrapassa a marca de 53,9 milhões de doses de vacinas distribuídas para todo o país desde o dia 18 de janeiro. Este será o 13º lote distribuído.
Segundo o informe técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da pasta, uma parcela dos imunizantes será aplicada como segunda dose em 100 mil moradores do Amazonas, beneficiados pelo Fundo Estratégico criado em janeiro devido à situação epidemiológica local da época.
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